Nenhuma autoridade, muito menos a mais alta representação do poder executivo, pode interferir na ordem de soltura de Jorge Glas, escreve o juiz espanhol.
“Como juiz, jurista, advogado e amigo do povo irmão do Equador, exijo, de acordo com a lei, que Jorge Glas seja imediatamente libertado” escreve nas redes sociais o juiz espanhol Baltasar Garzón sobre a decisão arbitrária das autoridades equatorianas de manter o ex-vice-presidente preso, apesar da expedição de um alvará de soltura pela Justiça.
“Nenhuma autoridade, muito menos a mais alta representação do poder executivo, pode interferir nessa ordem, sob pena de estar envolvida em detenção ilegal. O judiciário deve ser independente e agir de acordo com a lei, e não se deixar dominar por nenhum outro poder do Estado”.
Jorge Glas, ex-vice-presidente da República do Equador (2013-2018), está preso desde 2 de outubro de 2017 acusado no chamado caso “Sobornos”. Enquanto era eleito vice-presidente, o companheiro de chapa do ex-presidente Lenin Moreno na lista do Alianza País, Jorge Glas, foi detido sob custódia com base em provas muito tênues. O caso é controverso e a prisão reconhecidamente abusiva.
Nesta terça, (9), e pela segunda vez, o Estado equatoriano impediu a libertação do acusado. Descumprindo ordem judicial, impediu a soltura de Glas. A ordem foi determinada por um juiz constitucional (juiz de garantias penitenciárias) e também levou em conta as condições de saúde do acusado.